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Laudo do IML aponta alterações de equilíbrio em ex-jogador do Botafogo que atropelou quatro pessoas

Luan Plácido recusou-se a fazer o exame de urina e foi acusado de xingar a perita durante a avaliação

Por Agência O Globo - 09/08/2025
Laudo do IML aponta alterações de equilíbrio em ex-jogador do Botafogo que atropelou quatro pessoas
(Foto: )

O ex-jogador Luan Plácido Moreira da Costa, de 21 anos, que já atuou pelo sub-20 do Botafogo, passou pelo Teste de Romberg, no Instituto Médico Legal (IML), que apontou dificuldade de equilíbrio. Ele foi submetido a exames depois de . Uma mulher morreu, outra está em estado grave, e dois ciclistas ficaram feridos e já receberam alta. Ele foi submetido ao exame de alcoolemia, substância tóxica ou entorpecentes de efeitos análogos.

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O laudo afirma que Luan apresentou importantes alterações psicomotoras, mas não encontrou vestígios de álcool. No entanto, o documento ressalta que ele se recusou a fazer o exame de urina, que poderia confirmar com certeza se ele fez uso de bebidas alcoólicas ou outras drogas.

Um dos exames a que foi submetido foi o Teste de Romberg, que consiste em o periciado juntar os pés e joelhos e mostrar se consegue equilibrar-se, primeiro com os olhos abertos, em seguida com os olhos fechados. O laudo afirma que detectou Sinal de Romberg esboçado, o que significa que ele apresentou desequilíbrio ao fechar os olhos, porém, não caiu ou demonstrou perda significativa de equilíbrio, o que configuraria o sinal completo. O laudo apontou ainda "marcha titubeante" e "coordenação motora perturbada", durante marcha linear.

Luan negou o uso de bebidas alcoólicas ou drogas, mas afirmou usar os medicamentos controlados Zolpidem e Alprazolam, ou Xanax. No IML, ele teria continuado com o comportamento agressivo, ficando algemado durante a avaliação, e tendo sido acusado pela perita de xingá-la durante o exame. Anteriormente, ele agrediu policiais, tentou pegar a arma de um deles e quebrou o vidro de uma viatura, o que o levou à prisão em flagrante. Depois de pagar uma fiança de R$ 3 mil, foi liberado.

O atropelamento aconteceu às 9h da manhã da última sexta-feira. A família da vítima, Ariane de Carvalho da Silva, de 51 anos, que morreu depois de dar entrada no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, afirma que câmeras de segurança mostram que o ex-jogador estava em alta velocidade e que o sinal estava fechado para os carros, na Estrada dos Bandeirantes. Já o delegado que investiga o caso, Alan Luxardo, da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), diz que isso ainda será apurado.

— Ele subiu a calçada e pegou as quatro vítimas. Em relação a outras circunstâncias, como se estava em alta velocidade ou não, diligências estão sendo feitas para verificar esses detalhes — explica Luxardo.

Ariane havia acabado de deixar o filho de 3 anos de idade na creche, e voltava para casa quando foi atropelada. Ela tem ainda outra filha de 22 anos.

— Testemunhas disseram que ela foi arremessada ao muro e caiu ao chão — conta Adriana Carvalho, irmã de Ariane, que indignou-se com a fiança paga pelo ex-jogador: — Ontem ele foi dormir na sua cama quentinha, enquanto o filho da minha irmã estava chorando, chamando pela mãe e querendo mamar, ele ainda mamava. A família está sem chão, somos mais uma família sem chão.

Luan Plácido foi indiciado e irá responder pelos crimes de homicídio culposo (quando não há intenção de matar), lesão corporal culposa, lesão corporal dolosa (esta contra o policial militar agredido), desacato (também contra os policiais) e dano ao patrimônio público (por conta do vidro quebrado da viatura policial).

O ex-jogador não possui mais vínculo com o Botafogo. Segundo o portal Transfermarkt, o seu último vínculo com um clube teria sido com o Boa Vista, de Saquarema, na Região dos Lagos. No entanto, a entidade informou que Luan teve seu contrato rescindido em março do ano passado. Ele também já atuou pelo Nova Iguaçu.