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Bolsonaro foi preso? Do inquérito aos vídeos para atos, a escalada que levou ex-presidente à domiciliar em quatro meses

Decisão desta segunda-feira foi justificada com base na participação de Bolsonaro nos atos de apoiadores neste domingo

Por Agência O Globo - 05/08/2025
Bolsonaro foi preso? Do inquérito aos vídeos para atos, a escalada que levou ex-presidente à domiciliar em quatro meses
Bolsonaro (Foto: Divulgação)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) , nesta segunda-feira, que o ex-presidente Jair Bolsonaro fique em prisão domiciliar por violar as medidas cautelares impostas pelo tribunal que o impediam de usar redes sociais. Moraes afirmou que o ex-mandatário "ignorou e desrespeitou" a Corte e justificou a medida com base na participação de Bolsonaro por telefone na manifestação contra o STF e a favor da anistia que reuniu apoiadores em Copacabana, na Zona Sul do Rio, no domingo.

26 de maio: Moraes abre inquérito para apurar atuação de Eduardo nos EUA.

10 de junho: Bolsonaro fica de frente para Moraes ao depor sobre a trama golpista, ação mais avançada contra ele.

18 de julho: Moraes determina uso de tornozeleira por obstrução de Justiça, coação e ataque à soberania.

21-22 de julho: Bolsonaro vai ao Congresso, exibe tornozeleira e se diz vítima de ‘humilhação’. Moraes pede explicações, defesa questiona abrangência das medidas, que inclui uso de rede de terceiros, e ministro esclarece.

De 3 a 4 de agosto: Ex-presidente participa por vídeo de atos, e aliados exibem as imagens durante as manifestações. Moraes entende isso como descumprimento e decreta a prisão domiciliar do ex-presidente

No entendimento de Moraes, Bolsonaro produziu material para ser replicado por três filhos nas redes (Eduardo, Flávio e o vereador Carlos Bolsonaro) e outros apoiadores, com "claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques" ao STF e "apoio ostensivo à intervenção estrangeira" no Poder Judiciário. "A Justiça não permitirá que um réu a faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico", destacou o ministro, em letras maiúsculas.

"Agindo ilicitamente, o réu Jair Messias Bolsonaro se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e conscientemente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça, tanto que, o telefonema com o seu filho, Flávio Nantes Bolsonaro, foi publicado na plataforma Instagram", escreveu Moraes

Na decisão, o ministro destaca ainda que Bolsonaro "reiterou as condutas ilícitas de maneira mais grave e acintosa" e participou remotamente de atos em que foram usadas "bandeiras os Estados Unidos da América, com apoio às tarifas impostas ao Brasil para coagir o Supremo Tribunal Federal". Moraes pontua que, entre as medidas cautelares que já haviam sido impostas a Bolsonaro, estava a proibição de uso de redes sociais, "diretamente ou por intermédio de terceiros".

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