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Tarcísio, Caiado, Zema e Ratinho Jr. faltarão a manifestação em defesa de Bolsonaro e contra o STF
Governadores de direita, que buscam espólio bolsonarista para concorrer à Presidência em 2026, citam 'timing', agenda e questões de saúde para se afastar de ato

Governadores de direita que buscam atrair o voto bolsonarista para concorrer à Presidência em 2026, (Republicanos), (União), (Novo) e (PSD) faltarão à manifestação convocada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com críticas à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). O ato foi convocado após o ministro do STF Alexandre de Moraes determinar, há duas semanas, medidas cautelares contra o ex-presidente, que incluíram a colocação de tornozeleira eletrônica.
Diálogos O GLOBO:
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Além do desagravo a Bolsonaro, a pauta da manifestação bolsonarista inclui a alegação de que aliados do ex-presidente seriam alvos de perseguição por parte do Judiciário. A convocação também tem como pano de fundo a escalada de um imbróglio político e econômico iniciado pelo tarifaço anunciado pelo governo dos Estados Unidos sobre exportações brasileiras. Os desdobramentos da crise desembocaram, na última quarta-feira, em um anúncio de sanções do governo americano contra o ministro Alexandre de Moraes.
Punição a 'traidores' e mais:
As manifestações bolsonaristas ocorrerão em diversas cidades brasileiras, com maiores concentrações de parlamentares e lideranças políticas em capitais como São Paulo e Brasília. Governador de São Paulo, Tarcísio passará por um procedimento médico na tireoide neste domingo, data das manifestações. A previsão é que ele tenha alta no mesmo dia, mas deve ficar de repouso. Na segunda-feira, segundo nota divulgada pelo governo de SP, Tarcísio fará apenas "agendas internas".
Já o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, afirmou nesta sexta-feira ao GLOBO que não comparecerá aos atos bolsonaristas por já ter "uma reunião marcada anteriormente" e por discordar do "timing" da manifestação. Caiado, que disse ser "100% contra o tarifaço", argumentou que tem priorizado a interlocução com o encarregado de negócios do governo dos EUA, Gabriel Escobar, e defendeu ser necessário evitar novos tensionamentos por ora.
— De maneira nenhuma é o melhor momento (para manifestações). Acho que esse momento é de ação direta na interlocução com o governo americano. Minha preocupação agora é construir diálogo para não deixar com que meu estado seja penalizado. É momento de abrir espaço na conversa e não prejudicar empresas, nem empregos — disse Caiado.
O governador do Paraná, Ratinho Jr., também disse que não comparecerá às manifestações. Procurada, a assessoria de imprensa do governador informou que ele estará em viagem pelo interior do estado.
O GLOBO também apurou que o governador de Minas, Romeu Zema, não pretende participar das manifestações. Zema não se manifestou oficialmente.
O quarteto de governadores , junto a Bolsonaro, no início de abril. No último ato bolsonarista, em junho, — além dos governadores do Rio, Cláudio Castro (PL), e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), que são correligionários de Bolsonaro, mas não estão cotados para disputar a Presidência. Já os outros dois presidenciáveis, Ratinho Jr. e Caiado, haviam se ausentado deste último encontro.
Os governadores também vêm pelo governo de Donald Trump ao ministro Alexandre de Moraes, e que foram celebradas pelo bolsonarismo. Eles mantiveram silêncio sobre o tema em suas redes sociais.
Na quinta-feira, em participação na mesa de debates Diálogos O GLOBO, promovida pelo jornal, Zema foi perguntado sobre o assunto e , criticando o que chamou de "excessos" do ministro na condução de ações no Supremo.
Nesta sexta, , Caiado argumentou que "ambos os lados perderam o limite na dose". O governador de Goiás afirmou que Moraes "não precisava impor uma tornozeleira" a Bolsonaro, e que o governo dos EUA "não precisava impor uma (lei) Magnitsky", referindo-se ao pacote de sanções que atingiram o ministro do Supremo.