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Com adiamento e exceções, governo e empresários recebem tarifaço com alívio cauteloso
Avaliação é de que setores importantes ficaram de fora, mas situação ainda inspira cuidados e esclarecimentos

A confirmação do tarifaço sobre os produtos brasileiros pelos Estados Unidos foi recebida com um alívio cauteloso pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva e por empresários. Donald Trump decidiu impor a taxa de 50% daqui a sete dias, e não em 1º de agosto, o que dá mais tempo para a negociação, e ainda retirou uma série de produtos da medida, como laranja, aviões, aço e combustíveis.
A avaliação inicial do Palácio do Planalto, da equipe econômica e da diplomacia é de que houve uma "inflexão" do governo americano em relação aos impactos econômicos, o que é lida como uma "pequena vitória" do governo brasileiro e dos setores mais afetados. No entanto, os integrantes do governo dizem que a situação ainda inspira cuidados, até porque produtos importantes foram afetados, como carne e café.
--- Me parece, que do ponto de vista de efeito econômico, é positivo, é melhor que o cenário anterior, mas preciso entender um pouco o detalhe dele. [...] Dentre os cenários possíveis, não é o pior cenário possível, é um cenário mais benigno do que poderia ser --- disse o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
O setor privado também viu, a princípio, um alívio frente ao que se antecipava do tarifaço. A lista de exceções é uma boa notícia, avaliam executivos que acompanham de perto os setores atingidos. Ainda assim, há cautela. Há exceções “reais”, que representam uma boa notícia, e outras que se referem a segmentos que estão sob investigação e que, portanto, já têm ou terão tarifas aplicadas. É o caso do aço, alumínio (50%), autopeças (25%), e outros.
Alguns executivos ainda apontam que a confirmação das tarifas apontam que um acordo com o Brasil "claramente não é prioridade".
Outro ponto de atenção é que Trump dobrou a aposta pela via política, não só justificando o tarifaço por uma dita "perseguição" contra Jair Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, quanto aplicando a Lei Magnitsky contra o magistrado.