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MEC divulga edital do Enamed 2025, exame obrigatório para formandos em medicina; confira cronograma
Inscrições devem ser feitas até 18 de julho; exame será aplicado em 19 de outubro

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da , divulgou nesta quinta-feira o edital do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed). O documento estabelece as diretrizes, os procedimentos e o cronograma do exame, que tem como objetivo avaliar o desempenho dos estudantes de medicina. Saiba mais abaixo:
Enamed será obrigatório?
As inscrições para a prova estarão abertas de 7 a 18 de julho e deverão ser feitas exclusivamente pelo Sistema Enamed. A avaliação, composta por 100 questões objetivas de múltipla escolha, será aplicada no dia 19 de outubro.
O exame também incluirá o Questionário para o Estudante Concluinte do curso de medicina inscrito no Enamed, o Questionário Contextual para os demais participantes e o Questionário de Percepção da Prova.
Confira o cronograma do Enamed 2025:
Inscrições: 7 a 18 de julho
Solicitações de nome social e atendimento especializado: 7 a 18 de julho
Resultado dos pedidos de atendimento especializado: 28 de julho
Recursos sobre atendimento especializado: 28 de julho a 1º de agosto
Aplicação da prova: 19 de outubro
Gabarito preliminar: 22 de outubro
Recursos sobre o gabarito: 22 a 27 de outubro
Divulgação do gabarito definitivo e resultado final: 5 de dezembro
Entenda a mudança
Anunciadas em abril pelos ministérios da Saúde e da Educação, as mudanças nos processos de avaliação da qualidade dos cursos de Medicina e de seleção para residências médicas passaram a valer ainda este ano. A nova prova, batizada de Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), será aplicada anualmente.
A formação médica tem sido mais debatida nos últimos anos por causa da explosão da oferta de cursos, que passou de 181, em 2010, para 401, em 2023 — um aumento de 127% em 13 anos. Especialistas apontam que as novas instituições não têm garantido estrutura de laboratórios adequados, professores preparados e até vagas de estágio suficientes e de qualidade. O Exame Nacional de Desempenho Estudantil (Enade) de 2023, divulgado na semana passada, mostrou que os cursos de Medicina pioraram em relação à última avaliação, feita em 2019. Há dois anos, 20% não atingiram patamar considerado satisfatório. Quatro anos atrás, essa proporção era de 13%.
Cursos de Medicina, assim como as licenciaturas, passaram a ter um modelo de prova próprio e serão avaliados anualmente — e não mais a cada três anos, como acontece com o restante das graduações. O teste também unifica o Enade, que avalia o conhecimento do formando, com o Exame Nacional de Residência (Enare), que seleciona aqueles que entrarão nas residências.
Os coordenadores dos cursos serão os responsáveis pela inscrição dos alunos que farão a avaliação para medir a qualidade do ensino. A expectativa é que cerca de 300 instituições se inscrevam para edição deste ano, com 42 mil formandos. Os já diplomados que desejam entrar em residências médicas também podem se inscrever para realizar a prova.
A aplicação será conduzida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e seguirá os moldes do Enem e do Enade. No entanto, ela terá 100 questões de múltipla escolha — o Enade tinha 40 — e abarcará todas as áreas de referência da matriz curricular dos cursos de Medicina. Nessa lista, estão, por exemplo, clínica médica, cirurgia geral, pediatria, saúde mental e medicina da família.
Essa é a segunda grande mudança na avaliação do ensino superior da atual gestão do MEC. No ano passado, Inep criou novos instrumentos para medir a qualidade da formação do professor no país. A prova também passou a ser feita anualmente e em duas etapas: um teste teórico, com itens de dissertação e de múltipla escolha, e um prático, do estágio docente na escola.
Durante a cerimônia de lançamento, o ministro da Educação, Camilo Santana, ventilou ainda a possibilidade de criar um método de avaliação para estudantes que estão no meio do curso de formação para que haja tempo de “corrigir a qualidade da formação médica”.
— Precisamos ampliar a residência médica no Brasil, é fundamental para ter especialistas no Brasil. Com essa avaliação vamos poder avaliar as instituições e corrigir os rumos. E vamos também, esse é o primeiro passo, o Conselho Nacional de Educação vai avaliar as diretrizes curriculares nacionais da Medicina e vamos na segunda etapa procurar instituir a prova de progresso. Porque no final do curso às vezes não tem como corrigir, mas no meio do curso você tem como melhorar e corrigir a qualidade da formação médica.