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Derrame: Como identificar os primeiros sinais de um AVC e agir rapidamente

Um diagnóstico rápido permite que o tratamento comece imediatamente, reduzindo o risco de complicações

Por Narciso Barone 04/07/2025
Derrame: Como identificar os primeiros sinais de um AVC e agir rapidamente
como identificar sintomas de AVC (Foto: Freepik)

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame, é uma emergência médica que pode mudar vidas em minutos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o AVC é a segunda maior causa de morte e a terceira de incapacidade no mundo.

Em 2015, 6,2 milhões de pessoas perderam a vida para essa condição. Mas como identificar os sinais de um AVC a tempo? E o que fazer para aumentar as chances de recuperação? Este artigo traz tudo o que você precisa saber sobre os sintomas, os tipos de AVC e as ações imediatas que podem salvar vidas.


O que é um AVC e por que ele é tão perigoso?

Um AVC ocorre quando o fluxo de sangue para uma parte do cérebro é interrompido, seja por um bloqueio (AVC isquêmico) ou pela ruptura de um vaso sanguíneo (AVC hemorrágico). Sem oxigênio, as células cerebrais começam a morrer em minutos, o que pode levar a sequelas graves ou até à morte. A rapidez no atendimento é crucial: quanto mais cedo a pessoa recebe ajuda, maiores são as chances de recuperação total.

Você sabia? "Cada minuto sem tratamento durante um AVC pode resultar na perda de cerca de 1,9 milhão de neurônios, segundo a American Stroke Association (ASA)."

Tipos de AVC: Isquêmico e Hemorrágico


Existem dois tipos principais de AVC, cada um com causas e características distintas:

AVC Isquêmico: Representa cerca de 80% dos casos e ocorre quando um coágulo bloqueia uma artéria no cérebro, impedindo o fluxo de sangue. Fatores de risco incluem hipertensão, colesterol alto, diabetes, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool.

AVC Hemorrágico:
Menos comum, é causado pela ruptura de um vaso sanguíneo, geralmente devido à hipertensão arterial crônica. Outros fatores, como estresse, sedentarismo e obesidade, também aumentam o risco.

Ambos os tipos exigem atenção imediata, mas seus tratamentos diferem, o que torna o diagnóstico preciso essencial.


F - Face (Rosto):
Peça à pessoa para sorrir. Um lado do rosto está caído ou o sorriso parece desigual?
A - Arms (Braços)
: Peça para a pessoa levantar os dois braços. Um dos braços cai ou não consegue ser levantado?
S - Speech (Fala):
Peça para repetir uma frase simples, como “O céu é azul”. A fala está arrastada, lenta ou confusa?
T - Time (Tempo):
Se qualquer um desses sinais estiver presente, ligue imediatamente para o serviço de emergência (no Brasil, 192 - SAMU). Informe que pode ser um AVC e anote o horário em que os sintomas começaram.


Idade:
Adultos acima de 65 anos são mais propensos, mas casos em jovens estão aumentando.
Gênero:
Mulheres, especialmente durante a gravidez ou com uso de anticoncepcionais, podem ter risco elevado.
Condições médicas:
Hipertensão, diabetes, colesterol alto e histórico familiar de doenças cardíacas.
Estilo de vida:
Tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo e estresse crônico.
Pergunta para refletir:
Você já parou para avaliar seus hábitos diários? Pequenas mudanças, como caminhar 30 minutos por dia ou reduzir o sal, podem fazer uma grande diferença.
Diagnóstico:
Como os médicos confirmam um AVC?

Ao chegar ao hospital, o médico realizará uma avaliação clínica para confirmar o diagnóstico. Isso pode incluir:

Exame físico: Verificação de pressão arterial, batimentos cardíacos e reflexos.
Exames de imagem:
Tomografia computadorizada ou ressonância magnética para identificar o tipo de AVC.
Outros testes:
Angiografia cerebral, ultrassom de carótida ou ecocardiograma para encontrar a causa, como coágulos ou placas nas artérias.

Um diagnóstico rápido permite que o tratamento comece imediatamente, reduzindo o risco de complicações.

Tratamento:
Como é feito?
AVC Isquêmico: Medicamentos trombolíticos, como alteplase, podem dissolver o coágulo se administrados nas primeiras horas. Em alguns casos, procedimentos como trombectomia (remoção mecânica do coágulo) são necessários.
AVC Hemorrágico: Medicamentos para reduzir a pressão intracraniana e controlar a pressão arterial são comuns. Cirurgias podem ser realizadas para reparar vasos danificados.
Nota importante:
Nunca tente tratar um AVC em casa. Somente profissionais de saúde podem avaliar a gravidade e indicar o procedimento correto.
Paralisia ou fraqueza: Geralmente em um lado do corpo, afetando braços, pernas ou rosto.
Dificuldade de fala ou deglutição:
Pode exigir fonoaudiologia para reabilitação.
Problemas de memória ou raciocínio:
A terapia ocupacional pode ajudar a recuperar funções.
Mudanças emocionais:
Depressão e isolamento social são comuns, mas tratáveis com apoio psicológico.

A reabilitação é essencial e pode incluir fisioterapia, fonoaudiologia e acompanhamento psicológico. Com o suporte certo, muitas pessoas recuperam parte ou a totalidade de suas funções.
Boa notícia:
Segundo a OMS, até 80% dos casos de AVC podem ser prevenidos com mudanças no estilo de vida, como dieta equilibrada, exercícios regulares e controle da pressão arterial.

    Como identificar os sinais de um AVC?


    A American Stroke Association recomenda o método F.A.S.T. para reconhecer rapidamente os sintomas de um AVC. Ele é simples e pode ser usado por qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento médico:


    F.A.S.T.: Um guia rápido para salvar vidas


      Dica prática: Mesmo que os sintomas desapareçam após alguns minutos, não ignore. Isso pode ser um AVC transitório (AIT), que aumenta o risco de um derrame mais grave em breve.

      Outros sinais de alerta


      Além dos sintomas do F.A.S.T., o AVC pode se manifestar por:

      Confusão súbita ou dificuldade para entender o que os outros dizem.
      Problemas de visão em um ou ambos os olhos, como visão embaçada ou dupla.
      Dor de cabeça intensa sem causa aparente, muitas vezes descrita como “a pior dor da vida”.
      Dificuldade para andar ou perda de equilíbrio.
      Se você ou alguém próximo apresentar esses sinais, aja rápido. Cada segundo conta.


      Fatores de risco: Quem está mais vulnerável?


      Embora o AVC possa atingir qualquer pessoa, alguns grupos têm maior risco:

          O tratamento varia conforme o tipo de AVC:

            Sequelas e recuperação


            As consequências de um AVC dependem de sua gravidade e da rapidez do atendimento. Algumas sequelas comuns incluem:

              Como prevenir um AVC?

              Prevenir é sempre melhor que tratar. Algumas medidas práticas incluem:

              Controlar a pressão arterial: Faça check-ups regulares, especialmente se tiver histórico familiar.
              Adotar uma dieta saudável:
              Reduza sal, gorduras saturadas e prefira alimentos ricos em fibras, como frutas e vegetais.
              Praticar exercícios:
              Pelo menos 150 minutos de atividade moderada por semana.
              Evitar tabaco e álcool em excesso:
              Ambos aumentam significativamente o risco.
              Gerenciar o estresse:
              Técnicas como meditação ou ioga podem ajudar.

              E você? Já pensou em como pequenas mudanças no seu dia a dia podem proteger sua saúde a longo prazo?

              Aviso Importante


              Este conteúdo tem caráter informativo e não deve ser considerado um diagnóstico médico. Se você ou alguém próximo apresentar qualquer sintoma descrito, como os relacionados ao AVC, consulte imediatamente um profissional de saúde ou procure atendimento médico de emergência. Somente um médico pode avaliar, diagnosticar e indicar o tratamento adequado para sua condição.

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