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Palestra na Fiea apresenta potencialidades da exploração sustentável da economia do mar

Subsecretário de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro explica caso de sucesso do Estado para representantes do poder público e empresários

Por Assessoria 29/11/2024
Palestra na Fiea apresenta potencialidades da exploração sustentável da economia do mar
Palestra na Fiea apresenta potencialidades da exploração sustentável da economia do mar (Foto: Assessoria)

Nos últimos anos, o Brasil tem despertado para o potencial da exploração econômica sustentável da chamada “Amazônia Azul”, que, segundo a Marinha do Brasil, “compreende a superfície do mar, águas sobrejacentes ao leito marinho, solo e subsolo marinhos contidos na extensão atlântica que se projeta a partir do litoral até o limite exterior da Plataforma Continental brasileira”.

Alagoas deu o primeiro passo para iniciar a discussão sobre como explorar suas potencialidades de forma sustentável nesta sexta-feira (29/11), com a realização da palestra “A importância da Economia do Mar para o Desenvolvimento Econômico”, ministrada pelo subsecretário adjunto de Economia do Mar do Rio de Janeiro, Marcelo Felipe Alexandre.

A iniciativa é da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), com apoio da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg-AL) e da Capitania dos Portos. “O evento foi importante e teve uma representatividade muito forte”, enfatizou o vice-presidente da Fiea, José da Silva Nogueira Filho, ao destacar a presença de representantes da academia e dos setores público e privado na Casa da Indústria, o que demonstrou o grande interesse despertado pelo tema.

A segunda ação já tem data para ocorrer. Nogueira anunciou o 1º Fórum de Economia do Mar, marcado para 13 de fevereiro de 2025, que vai reunir parceiros para discutir como avançar no crescimento sustentável da economia do mar em Alagoas. “Esta é mais uma vertente que a Federação trabalha com o objetivo de trazer investimentos e promover o desenvolvimento do nosso estado”, afirmou.

Oficial superior da Reserva da Marinha do Brasil, Marcelo Felipe trouxe as experiências do Rio de Janeiro para os participantes do encontro na Fiea. “O governo criou a Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar (Sinemar), a primeira do Brasil nessa área, que tem desenvolvido algumas iniciativas pioneiras, envolvendo a sociedade. Uma delas é a Comissão Estadual de Desenvolvimento da Economia do Mar, a Cedemar, que junta academia, empreendedores, governo estado e iniciativas que sugerem a formulação de políticas públicas nessa área, sempre no foco na geração de emprego, renda e alimentos através da pesca e da economia do mar”, explicou.

Potenciais

O comandante Rodrigo Garcia, capitão dos Portos de Alagoas, disse que o desenvolvimento da economia do mar é um caminho irreversível, e que o país tem um grande potencial, uma vez que a Amazônia Azul possui 5,7 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo 60% do território nacional, sendo rica em biodiversidade, recursos vivos, não vivos, petróleo e gás natural.

Segundo ele, o estado tem muito a ganhar com a soma de esforços visando aproveitar as oportunidades com foco na sustentabilidade. “Eu acho que Alagoas tem um potencial enorme para a economia do mar, especialmente, no turismo náutico e na pesca. Esse evento de hoje nada mais é do que um pontapé inicial, em que conseguimos congregar poder municipal, estadual, academia e forças empresariais de Alagoas. Quem sabe, em um futuro próximo, a gente consiga implementar uma Secretaria da Economia do Mar aqui no estado e ter grupos de trabalho para ter um bom proveito, de forma sustentável, da economia do mar?”, concluiu.

Com o mar de um lado, rios do outro e banhado por lagoas, o estado tem um potencial “imenso” que, se bem aproveitado, pode alavancar a economia local, disse o presidente da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg), coronel PM Gerônimo do Nascimento. “A gente pode explorar a indústria de pesca, as fazendas de pescados e também a produção de algas, que hoje já é uma novidade, e Santa Catarina já faz isso muito bem. A gente pode trazer essas novas ideias e explorá-las para desenvolver o nosso estado”, afirmou.

Turismo e pesca

A economia do mar, para Alagoas, é uma vocação natural, disse a secretária de Estado do Turismo, Bárbara Braga. “O estado é banhado de rios, mares e lagoas, inclusive, a gente precisa, cada vez mais, incentivar esse segmento do Norte ao Sertão do nosso estado, como grande vetor de desenvolvimento econômico e de geração de emprego e renda”, disse ela.

Como exemplo de como a economia do mar gera riqueza, a secretária destacou a chegada de cruzeiros na capital, que na temporada 2024/2025 baterá recordes, com mais de 140 mil leitos, a bordo de 13 navios, que farão 33 paradas no Porto de Maceió. “Isso é um dado histórico, mas, a economia do mar não conta somente com os cruzeiros marítimos. Vai desde o ambulante, o restaurante, o bar, que fica localizado nas encostas das nossas águas, sem contar com a grande possibilidade que a gente tem de fazer a interiorização do turismo”, explicou.

Além do emprego e da renda, a economia do mar põe comida na mesa. A presidente da Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado de Alagoas (Fepeal), Maria José Santos, ressalta que este movimento vai fomentar mais do que o setor da pesca em Alagoas. “Todos os setores ganham e vai dar uma alavancada muito grande dentro da nossa economia”, concluiu.