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Cursos da Ufal suspendem aulas após relatos de tráfico de drogas e ameaças
Cinco cursos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) suspenderam as aulas presenciais após casos de tráfico de drogas, ameaças e até boatos de uma tentativa de sequestro dentro do campus A.C Simões, nas últimas semanas. Em nota emitida nesta última quinta-feira, a reitoria informou que já tomou medidas para diminuir a insegurança no campus
Até o momento, cinco cursos decidiram suspender as aulas por questões de segurança. Dentre os cursos que decidiram a suspensão estão: Relações Públicas, Filosofia, Biblioteconomia, Dança e Teatro. Todos eles fazem parte do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA).
Segundo estudantes que preferiram não se identificar, o problema não é recente. Em diversos relatos ouvidos pela redação, estudantes denunciaram que o tráfico de drogas é algo que seja a ser corriqueiro dentro do ICHCA e nas dependências da Universidade. Um dos estudantes ouvidos informa que os traficantes possuíam até cadeiras do próprio bloco para ser utilizada como suporte para um ponto de venda de drogas.
Outros discentes informaram que houve até uma tentativa de sequestro próximo ao ICHCA nos últimos dias, o que aumentou a sensação de insegurança.
Estudantes do movimento estudantil também se manifestaram e informaram que são contrários a aceitar qualquer medida autoritária, como a utilização da Polícia Militar para garantir a segurança. Para os estudantes, essa é uma medida que tem como intuito instrumentalizar o medo e marginalizar a classe.
Clique aqui para ver o posicionamento do Diretório Acadêmico de História Dirceu Lindoso.
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), informou que a Polícia Militar realiza rondas diariamente no entorno da Ufal, mas que a atuação deve ser realizada pela Polícia Federal, já que o campus se localiza em uma área federal.
Confira a nota na íntegra:
A Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL) informa que o policiamento ostensivo no entorno do Campus Maceió da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) é realizado diariamente pelo 12º Batalhão de Polícia Militar. No entanto, reforça que a atuação dentro das dependências da universidade é de competência da Polícia Federal, uma vez que se trata de uma área federal.
A SSP-AL reafirma seu compromisso com a segurança da população alagoana e com a integração das forças policiais, visando à redução contínua dos índices de violência no estado.
A Ufal também emitiu uma nota informando que já está ciente dos casos e que algumas medidas foram tomadas. De acordo com a Universidade, a segurança será ampliada pela empresa de segurança privada que atua dentro do campus.
Confira a nota na íntegra:
A Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em razão dos recentes fatos envolvendo episódios de insegurança no Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA), situado no Campus A. C. Simões, em Maceió, informa que já foram adotadas, após reunião com direção, coordenadores de cursos e técnicos, algumas medidas administrativas:
Ampliação de segurança privada no referido instituto, determinação de abertura e fechamento das salas por parte da segurança privada em atuação na universidade, flexibilização dos horários de expediente dos servidores do instituto, além de providenciar a inclusão do tema como ponto de pauta prioritário na primeira sessão do ano do Conselho Superior Universitário (Consuni), a ser realizada na terça-feira, 4 de fevereiro, onde serão discutidas, com todos os conselheiros e conselheiros docentes, técnicos e discentes, novas deliberações a serem realizadas.
Ressalta-se que, por se tratar de uma questão sensível que permeia o campo da segurança pública, fez-se necessária a escuta do Conselho Acadêmico do Instituto, respeitando todo espírito democrático que embasa a Universidade. Na terça-feira (4) a sessão do Conselho Universitário irá expandir a escuta dessa situação para toda a comunidade acadêmica.
A sessão do Consuni será a partir das 9 horas, na próxima terça-feira, 4 de fevereiro, na Sala dos Conselhos, e será presidida pela reitora em exercício, professora Eliane Cavalcanti.
A PF ainda não se manifestou sobre o assunto.