Arthur Lira está irritado com ministro Flávio Dino, por causa das emendas Pix

Por Roberto Vilanova 24/10/2024

O presidente da Câmara, Arthur Lira, tem reclamado a interlocutores das decisões – acertadas, diga-se -, do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, que acabou com a farra das chamadas Emendas Pix.
Um dos maiores escândalos criados no governo Bolsonaro, as Emendas Pix ferem o Artigo 37 da Constituição, que exige “Moralidade, Eficiência e Publicidade” na liberação de recursos da União.
Além disso, elas têm de ser “Legal e Impessoal”, exigências essas flagrantemente desrespeitadas quando deixam os valores liberadas e os destinatários ocultos – ninguém sabe quem recebeu o dinheiro, quanto recebeu nem como gastou.
Uma verdadeira farra que o governo Bolsonaro permitiu, em troca da Câmara não dar prosseguimento aos inúmeros pedidos de impeachment apresentados. O ministro Flávio Dino acabou com a farra no momento em que Lira mais precisa do dinheiro, para negociar apoio para seu candidato a sucedê-lo na presidência da Câmara, que é o deputado paraibano Hugo Mota.
Dino manteve a suspensão do pagamento das Emendas Pix, Lira tenta driblá-lo, mas o ministro não vacila na marcação firme, o que tem irritado o alagoano. Enquanto isso, o tempo vai passando e o termino do seu mandato se aproximando sem que Lira disponha da “munição” para barganhar o apoio e eleger seu sucessor.
Lira tem pedido prazo para cumprir a determinação do ministro, que exige a identificação de quem recebeu o dinheiro, quanto recebeu, quanto gastou, onde gastou e com o quê gastou.
Exigências essas que, mesmo legais, “ferem” a regra do sujeito oculto no comércio clandestino para compra de apoio.