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Maceió registra quase 5 mil casos de acidentes com escorpião em 2025

Ano passado, a capital teve um total de 5.121 ocorrências, apontou levantamento da Sesau

Por Valdete Calheiros - repórter 30/12/2025
Maceió registra quase 5 mil casos de acidentes com escorpião em 2025
Em caso de picada de escorpião, é importante buscar atendimento médico imediato (Foto: Cortesia/Assessoria)

De janeiro até o momento, 4.982 pessoas foram picadas por escorpiões em Maceió, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde da capital. Durante todo o ano de 2024, foram 5.121 registros. Em toda Alagoas, aconteceram – de janeiro a novembro deste ano – 13.421 acidentes com animais peçonhentos, conforme a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau). Os dados são os mais recentes fornecidos pela Secretaria.

A quantidade é superior ao número de ocorrências registrado no mesmo período do ano passado, quando de janeiro a novembro 12.124 pessoas foram picadas pelo animal peçonhento.

Em todo o ano passado foram computados 13.296 acidentes envolvendo animais peçonhentos, de acordo com a Sesau. Não houve vítimas fatais nestes registros.

Os dados foram extraídos do Sistema de Informação sobre Agravo de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan/MS) e fornecidos pela Sesau.

A Sesau destacou que os acidentes com escorpiões podem causar sérios riscos à saúde, especialmente para grupos vulneráveis, como crianças e idosos.

O coordenador do Programa Estadual de Controle de Zoonoses da Sesau, Clarício Bugarin, explicou que, para reduzir os riscos de acidentes, é fundamental que a população adote uma série de medidas preventivas. Os escorpiões são animais que preferem ambientes escuros e úmidos, como quintais, jardins, ralos e caixas de esgoto.

“Por isso, é importante manter esses locais limpos e livres de entulhos, folhas secas e lixo. Também é essencial vedar ralos e caixas de esgoto e colocar soleiras nas portas”, orientou ele, ao acrescentar que o cuidado com roupas e calçados também é fundamental, pois os escorpiões podem se esconder neles.

Além disso, é recomendado manter berços e camas afastados das paredes, pois esses animais buscam lugares escuros para se esconder. A adoção desses cuidados pode diminuir significativamente as chances de acidentes, principalmente entre crianças e idosos, que são mais vulneráveis.

Os sintomas da picada incluem dor intensa, vermelhidão, inchaço e sudorese no local da picada, além de náuseas, vômitos, taquicardia, dificuldade respiratória e ou até mesmo choque nos casos graves.

Ainda conforme o coordenador do Programa Estadual de Controle de Zoonoses da Sesau, Clarício Bugarin, as crianças menores de sete anos de idade apresentam maior risco de terem sintomas longe do local da picada, como vômito e diarreia, principalmente nas picadas por escorpião-amarelo, que podem levar a casos graves e requerem a aplicação do soro em tempo adequado.

Em Alagoas, o tipo de escorpião predominante é o T. serrulatus e o T. Stigmurus (amarelo), considerado pouco perigoso em relação a outras espécies, mas que também causam preocupação, principalmente se envolver crianças e idosos.

O que fazer em caso de acidentes – Em caso de acidente, é importante procurar imediatamente uma unidade de saúde para avaliação e, se necessário, administração do soro antiescorpiônico.

A vítima deve lavar a área afetada com água e sabão para reduzir o risco de infecção.

Além disso, o ideal é buscar atendimento médico o mais rápido possível, mesmo que os sintomas pareçam leves. A gravidade do quadro pode variar de manifestações leves – como dor, inchaço e vermelhidão – a complicações como arritmias, hipertensão, dificuldade para respirar, sinais de choque anafilático e, em casos mais graves, risco de morte, especialmente quando o atendimento médico é tardio.

Os médicos não recomendam fazer torniquete, tentar sugar o veneno ou fazer cortes no local.

As crianças estão entre os grupos mais vulneráveis. Por terem menor peso corporal, ocorre uma maior proporção de veneno, que se espalha com rapidez pelo organismo. Idosos e pessoas com doenças cardíacas também merecem atenção especial.

As crianças menores de sete anos têm maior risco de complicações graves, como vômitos e diarreia, principalmente se picadas por escorpiões amarelos, e necessitam de atendimento rápido.

Caso seja possível, é importante capturar o escorpião e levá-lo até o posto de saúde para que ele seja identificado e o profissional de saúde possa adotar o tipo de tratamento correto.

Além dos cuidados com a vítima da picada do escorpião, é preciso garantir a segurança das outras pessoas no local, para evitar que mais pessoas sejam expostas ao risco.

O soro antiescorpiônico, desenvolvido para tratar o envenenamento causado por esses animais, é disponibilizado exclusivamente nos hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em Alagoas, são disponibilizado o soro antiescorpiônico em vários lugares. Em Maceió, nas UPA Galba Novaes e Jacintinho e no Hospital Escola Dr. Hélvio Auto. Em Arapiraca, no Hospital de Emergência do Agreste. Em Coruripe, na UPA daquele município. Em Delmiro Gouveia, no Hospital Regional do Alto Sertão. Em Santana do Ipanema, no Hospital Regional Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo. Em União dos Palmares, no Hospital Regional da Mata. Em Palmeira dos Índios, na UPA daquela cidade. Em Piranhas, na Unidade Mista de Saúde Senador Afonso de Farias Melo. Em Penedo, na UPA local. Em Pão de Açúcar, na Unidade Mista Dr. Djalma Gonçalves. Em Maragogi na UPA local.