Mesmo com estados afetados, governadores de direita silenciam sobre encontro de Lula e Trump
Gestores criticaram o petista por conta da postura adotada pelo governo ao longo dos últimos meses, evitando direcionar a culpa ao presidente americano
                Os governadores de direita que criticaram a postura do governo brasileiro em relação ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos optaram pelo silêncio após o encontro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, na Malásia, para a negociação de um acordo. Com seus estados afetados, eles criticaram o petista ao longo dos últimos meses, evitando direcionar a culpa ao mandatário americano, e afirmaram que o Brasil deveria priorizar as tratativas comerciais em vez de exaltar discursos voltados para a soberania nacional.
Leia:
Articulação:
Após a reunião com Trump, o presidente Lula declarou, na manhã desta segunda-feira, . O presidente americano, logo depois, surpreendeu ao desejar feliz aniversário para o brasileiro, definido por ele como um "", e afirmou que ambos tiveram uma "ótima reunião".
Presidenciáveis
Em julho deste ano, antes das sanções econômicas entrarem em vigor, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Ronaldo Caiado (União), de Goiás, e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná,
Ratinho declarou que era "uma falta de inteligência" não negociar com os EUA, enquanto Caiado ressaltou que Lula "não tem o menor preparo para o governar o país" e deveria "utilizar a chancelaria" brasileira para avançar na mitigação do tarifaço. Em um aceno ao empresariado local, o goiano propôs uma linha de crédito para mitigar efeitos das tarifas, iniciativa também adotada por Tarcísio e Ratinho.
'Road show' da direita:
Tarcísio, por sua vez, tentou negociar por conta própria com aliados americanos. , que atua nos EUA para articular sanções contra o Brasil. Os dois, contudo, teriam se resolvido em seguida após uma "longa conversa", disse Eduardo em um post publicado em suas redes sociais.
Em outra toada, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), chegou a dizer que Eduardo “acabou criando um problema para a direita” com sua articulação junto ao governo Trump. O vice de Zema, Mateus Simões (PSD), .
Outros gestores
Já o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), chegou a minimizar a ação de Trump, dizendo que “o povo faz alarde meio de graça”. Depois, em nota, argumentou não ter tomado qualquer medida “porque a própria efetivação da tarifa ainda depende de desdobramentos”.
Mauro Mendes (União), governador de Mato Grosso, classificou como “altamente reprováveis” as críticas de Eduardo a governadores que tentaram negociar o fim do tarifaço. Mendes, que também criticou o que chamou de “piadinhas” de Lula, alegou que o governo americano “está muito equivocado” e “não tem motivos econômicos” razoáveis para impor a taxação.
Em meio às medidas e tons distintos, . À época, segundo o pastor, embora os governadores tenham feito críticas ao presidente Lula, eles não se posicionam contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um "dos principais motivos", junto ao petista, que causaram as sanções impostas aos produtos brasileiros pelos Estados Unidos.