Criadores da antologia 'Monstro', da Netflix, dizem considerar temporada sobre Luigi Mangione no futuro
'Temos um arquivo de ‘quem sabe um dia'', disse Ryan Murphy, que se prepara a estreia de temporada sobre Ed Gein

Às vésperas do lançamento da , da Netflix, os criadores Ryan Murphy e Ian Brennan consideram, no futuro, episódios sobre o caso , acusado de assassinar Brian Thompson, CEO da seguradora de saúde UnitedHealthcare, em dezembro de 2024. No entanto, eles disseram à revista "Variety" que ainda é cedo para tocar neste assunto. No momento, Luigi está preso aguardando julgamento em Nova York.
“Temos um arquivo de ‘quem sabe um dia’”, disse Murphy, antes de falar sobre Mangione. “Não sabemos nada sobre ele. Não haveria nada para escrever, ainda não temos informações. Talvez algo surja no julgamento.”
O júri está marcado para se reunir e analisar o caso no dia 1º de dezembro. Brian Thompson, de 50 anos, foi assassinado em frente a hotel em Nova York onde a UnitedHealth Group Inc. realizava uma conferência anual de investidores. Mangione, parte de uma família de alta renda e formado pela Universidade da Pensilvânia, foi preso cinco dias depois, em uma lanchonete na Pensilvânia, após denúncia de um funcionário. Com ele estava uma arma de fogo, munição, documentos falsos e um manuscrito de pouco mais de 200 palavras.
Após o assassinato de Thompson, Mangione se tornou um dos personagens mais discutidos e controversos no meio político americano. Para muitos, ele é visto como um “vingador moderno” contra as empresas de saúde dos EUA e já teria recebido, segundo a imprensa americana, cerca de . Para seus detratores, ele é o símbolo de uma agenda da “esquerda radical” e uma expressão violenta da “agenda woke”.
Nova temporada de 'Monstro'
A partir do dia 3, chegam a Netflix os novos episódios da antologia, agora focados em Ed Gein, um mítico assassino americano, que inspirou diversos filmes de horror do século passado, como “Psicose” (1960), “O massacre da serra elétrica” (1974) e “O silêncio dos inocentes” (1991), este último vencedor de cinco Oscars, incluindo melhor filme.
Interpretado agora por Charlie Hunnam (da série “Filhos da anarquia"), Gein vivia numa área rural do Winscosin e ficou notoriamente conhecido pelos crimes cometidos nos anos 1950. Além de ter matado duas pessoas, ele costumava vilipendiar cadáveres para, com os ossos, fabricar utensílios de cozinha. Foi considerado mentalmente instável e morreu num hospital psiquiátrico, em 1984. Para a Variety, Murphy e Brennan disseram que esta história quer provocar reflexões sobre a crise de saúde mental que assola os EUA a partir dos problemas vividos pelo criminoso e pelo tratamento que ele recebeu.
Na entrevista à Variety, os roteiristas também falaram sobre a quarta temporada, já em produção. Ela vai focar, pela primeira vez, numa personagem feminina: Lizzie Borden, acusada de assassinar o pai e a madrasta no final do século XIX, mas absolvida em julgamento.
“Ela fala não apenas sobre Lizzie, mas também sobre outras mulheres rotuladas como monstros”, diz Murphy, citando a condessa Elizabeth Báthory, húngara acusada de tortura e assassinato no fim do século XVII, e Aileen Wuornos, executada por assassinatos em série em 2002. “Há muitos monstros diferentes que atravessam a temporada. A abordagem é a mesma: traçar o perfil de mulheres famosas que foram rotuladas de uma determinada forma, e levantar a questão: 'Será mesmo que você pensa assim?'”