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Mulher agredida com 61 socos: ‘As cicatrizes só deverão passar totalmente um ano depois da cirurgia’, analisa cirurgião plástico
Especialistas falam sobre procedimento cirúrgico que pode reconstruir ossos fraturados

Juliana Garcia teve o rosto desfigurado após ser brutalmente agredida pelo ex-parceiro, Igor Eduardo Pereira Cabral, que desferiu 61 socos. A mulher de 35 anos sofreu fraturas nos ossos do nariz, da mandíbula, do globo ocular do lado esquerdo, da base superior do maxilar e da bochecha. O caso aconteceu dentro de um elevador, em Natal, no Rio Grande do Norte.
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A cirurgia de reconstrução facial de Juliana, que aconteceria na última terça-feira (29), precisou ser adiada devido a um edema — nome médico para um inchaço causado por acúmulo de líquido.
O cirurgião plástico Eduardo Pantoja, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em cirurgias reparadoras da face, explica que a principal função da reconstrução facial é ajudar a colocar os ossos fraturados no lugar.
— O procedimento cirúrgico começa com a realização de incisões planejadas estrategicamente, geralmente dentro da boca ou em áreas discretas da face, para que as cicatrizes fiquem ocultas. Por meio desses acessos, o cirurgião identifica e expõe os locais das fraturas — esclarece.
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Então, segundo o cirurgião plástico Fabio Nahas, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e ex-vice-presidente da Sociedade Internacional de Cirurgia Estética (ISAPS), podem ser utilizadas mini placas ou parafusos de titânio para manter os ossos no lugar.
— Também podemos reconstruir parte da pele e dos músculos que foram rompidos devido à agressão — explica.
Nahas destaca que, normalmente, a consolidação completa dos ossos, ou seja, o processo de cura de um osso fraturado após as partes quebradas serem reunidas, leva de 1 a 3 meses. Mas o tempo de recuperação completa pode variar.
— As cicatrizes só deverão passar totalmente um ano depois da cirurgia. Já a recuperação total, que envolve os aspectos estéticos e emocionais, pode levar muito mais tempo. É um caso delicado por conta do nível de agressão — afirma.
Pantoja também aponta que podem ser necessárias novas cirurgias além da reconstrução.
— Em muitos casos, são necessárias intervenções complementares para preservar funções importantes, como visão, mastigação, respiração e a própria expressão facial — conclui.