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CNI pede ‘bom senso’ na relação Brasil-EUA e critica tarifa de 505% sobre produtos brasileiros
Segundo a entidade, o momento exige “reflexão sobre possíveis equívocos de natureza política ou ideológica” e uma atuação pragmática por parte dos governos

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) voltou a se manifestar publicamente nesta segunda-feira contra o que classifica como um “injustificável” aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A entidade reforçou que não há motivação econômica ou comercial para o Brasil ter sido retirado de uma alíquota mínima de 10% e colocado no teto de 50% da taxação.
“Queremos acreditar que tal situação não se deva única e exclusivamente a uma escalada de posições políticas e geopolíticas! O que, certamente, seria inaceitável para não só às relações comerciais, bem como para toda a sociedade brasileira e americana”, afirma a CNI, em nota.
A elevação tarifária decorre da retomada de medidas previstas na chamada Seção 301 da legislação comercial americana, que permite a imposição de sanções tarifárias em resposta a práticas consideradas desleais. A CNI, no entanto, defende que os EUA conduzam o processo de forma transparente e técnica, e já solicitou formalmente que a decisão seja revista ou ao menos adiada por 90 dias.
Segundo a entidade, o momento exige “reflexão sobre possíveis equívocos de natureza política ou ideológica” e uma atuação pragmática por parte dos governos. “Vamos focar em clarificar os entendimentos que levam a posições políticas exarcebadas”, diz a nota.
A Confederação também ressalta que o Brasil sempre manteve uma posição de “boa relação internacional com todos” e que eventuais divergências devem ser resolvidas com equilíbrio e diálogo, sem escaladas que prejudiquem o comércio bilateral.
“Esperamos o consenso e o bom-senso para o desfecho desse equívoco que é a taxação de 50% sobre as exportações brasileiras”, finaliza a CNI.