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Militar aparece de farda em interrogatório no STF, mas é obrigado a trocar de roupa
Determinação do ministro Moraes veda que os réus do processo da tentativa de golpe de Estado participem das audiências com farda

O tenente-coronel do Exército , um dos réus por tentativa de golpe de Estado, compareceu ao interrogatório do Supremo Tribunal Federal (STF) fardado, mas a Corte determinou que ele trocasse de roupa. Uma decisão anterior do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, veda que os réus participem das audiências com farda, por entender que a acusação é voltada contra os militares individualmente, e não contra o Exército.
O pedido gerou discussão no início da audiência entre os advogados do réu e o juiz auxiliar Rafael Henrique. A defesa do militar afirmou que ele estava fardado porque é militar da ativa, e que como ele não possuía outra roupa adequada ao momento, foi sugerido que ele pegasse uma vestimenta emprestada com alguém. Os advogados afirmaram que a ação não possui amparo legal e atenta contra a dignidade do acusado.
— Isso foi determinação do ministro relator na medida em que a acusação é voltada contra os militares, não consta o Exército brasileiro como um todo — disse o juiz.
O militar Rafael Martins é do grupo chamado de “kids pretos”, formado por militares das Forças Especiais. Conforme investigação da Polícia Federal, ele é apontado como operador da tentativa de golpe e participou de um plano para prender o ministro Alexandre de Moraes. Conforme inquérito, o militar comprou um telefone usado na operação e o cadastrou no nome da própria mulher.
Martins também foi citado pelo tenente-coronel Mauro Cid, delator no processo. Em seu interrogatório, Cid reafirmou ter recebido dinheiro em espécie do general Braga Netto, entregue dentro de uma caixa de vinho no Palácio da Alvorada, com destino a Martins.
— O general Braga Netto trouxe uma quantia de dinheiro, não sei dizer o valor, que foi passado para o major (Rafael Martins) de Oliveira no próprio Alvorada. Eu recebi o dinheiro do general Braga Netto no Palácio da Alvorada. Ele estava numa caixa de vinho, botelha, no mesmo dia eu passei para o major de Oliveira — disse Cid.