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Acordo com Trump é alvo de críticas de políticos e empresários europeus: 'submissão'

Primeiro-ministro francês classificou o pacto como 'dia sombrio'. Indústria alemã e associação de fabricante de automóveis também reagem

Por Agência O Globo - 28/07/2025
Acordo com Trump é alvo de críticas de políticos e empresários europeus: 'submissão'
Donald Trump. (Foto: Foto: REUTERS/Eric Thayer.)

O provocou uma reação negativa por parte de autoridades, representantes de partidos políticos e empresários na Europa nesta segunda-feira. Um dos maiores críticos foi o primeiro-ministro da França, François Bayrou, que classificou o acordo como uma capitulação por parte da .

“O acordo von der Leyen-Trump: é um dia sombrio quando uma aliança de povos livres, que se uniram para afirmar seus valores e defender seus interesses, se resigna à submissão”, escreveu ele em uma postagem na rede social X.

A crítica de Bayrou surgiu ao mesmo tempo em que líderes da extrema-direita na França e na Alemanha também atacaram o acordo, que impõe uma tarifa de 15% à maioria das exportações da UE para os EUA, alegando que isso expôs a fraqueza do bloco.

Alice Weidel, co-líder do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), escreveu na plataforma X que o acordo “não é um tratado, mas um tapa na cara dos consumidores e produtores europeus!”

A maior entidade industrial da Alemanha, a Federação das Indústrias Alemãs, alertou que o acordo representa “um compromisso inadequado” que prejudicará a “indústria orientada à exportação” do país.

A reação negativa ocorreu mesmo com o acordo impulsionando os mercados de ações, com investidores afirmando que ele reduziu a incerteza sobre o comércio global, que pairava sobre os mercados desde que o presidente dos EUA, , anunciou suas tarifas do “dia da libertação” no início de abril.

Trump havia ameaçado impor tarifas de 30% à UE caso nenhum acordo fosse fechado até 1º de agosto.

“O acordo cria certeza em tempos incertos... para cidadãos e empresas de ambos os lados do Atlântico”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no domingo.

Como parte do acordo anunciado por von der Leyen e Trump, a UE também concordou em gastar centenas de bilhões de dólares em produtos energéticos e armamentos dos EUA.

Para políticos do partido Verde no Parlamento Europeu, o acordo enfraquece os compromissos climáticos da UE. Michael Bloss, membro alemão dos Verdes, afirmou que o acordo marcou um “dia sombrio” para a política energética e climática do bloco.

— Estamos nos lançando deliberadamente em uma nova dependência fóssil — desta vez, não da Rússia, mas dos EUA —disse ele.

Já a presidente da comissão do mercado único do Parlamento pelos Verdes, Anna Cavazzini, afirmou que, se a UE firmar contratos de importação de longo prazo para gás natural liquefeito (GNL), extremamente prejudicial ao clima, isso comprometerá as metas climáticas europeias.

Por sua vez, a Câmara de Comércio dos EUA na União Europeia comemorou o acordo comercial, afirmando que ele “traz alívio” para as empresas. No entanto, a AmChamEU acrescentou que a tarifa de 15% “ainda representa um aumento significativo no custo do comércio” e que mais setores deveriam ser incluídos na lista de isenção tarifária do acordo (“zero por zero”).

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