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Ex-assessor de Bolsonaro, Filipe Martins depõe no STF
Ex-assessor de Bolsonaro é integrante do núcleo 2 da trama golpista

Começa na manhã desta quinta-feira o interrogatório de FIlipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro e réu no âmbito da ação penal que investiga a trama golpista. Martins integra o chamado "núcleo 2" dos réus.
Martins é acusado de ser um dos principais responsáveis pela elaboração e disseminação da chamada minuta golpista, conforme as investigações da Polícia Federal e denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Durante seu interrogatório, o ex-assessor será questionado sobre detalhes a respeito de sua participação no esquema investigado. Ele é acusado de cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
O núcleo 2, segundo a acusação, era responsável por redigir as diretrizes golpistas que previam medidas como a prisão de ministros do STF, do presidente do Senado e ações para anular o resultado das eleições de 2022. A atuação de Martins como articulador central desse núcleo vem sendo confirmada por outras testemunhas, como o tenente-coronel Mauro Cid.
Em depoimento no dia 14 de julho, Cid reafirmou as declarações de que o ex-assessor presidencial foi responsável por apresentar ao ex-presidente Bolsonaro a minuta de um documento que previa medidas para reverter o resultado das eleições presidenciais.
Cid reafirmou que o documento previa a prisão de ministros do STF e do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e que Bolsonaro teria solicitado alterações, para que constasse apenas a prisão de um ministro da Corte, Alexandre de Moraes.
O advogado Jeffrey Chiquini, que representa Martins, abriu a sessão com a solicitação para o adiamento da sessão do interrogatório por uma semana em razão de suposta falta de tempo para analisar depoimentos mais recentes do delator Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro, e do general Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no início do terceiro mandato de Lula. O pedido foi negado.