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Mais de 920 mil famílias deixam o Bolsa Família em julho por aumento de renda, aponta governo
MDS diz que maioria dos novos empregos formais foi ocupada por pessoas do CadÚnico

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) anunciou nesta sexta-feira (dia 17) que 921 mil famílias deixam de receber o Bolsa Família em julho. A maior parte — cerca de 536 mil domicílios — atingiu o tempo máximo de permanência na chamada Regra de Proteção, que permite o pagamento de metade do valor do benefício por até dois anos a quem tem renda per capita entre R$ 218 e R$ 759.
Devolução da Previdência:
Novidade:
Outras 385 mil famílias superaram esse teto de meio salário mínimo e perderam o direito ao benefício sem direito a proteção. A avaliação das regras de desligamento do Bolsa Família seguem critérios automáticos de cruzamento de dados com outras bases do governo federal, como o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), modernizado em março.
Mesmo após saírem do programa, essas famílias permanecem registradas no CadÚnico. Essa medida é necessário para a operação do Retorno Garantido, que permite famílias que passaram o período da regra de proteção ou solicitaram o desligamento voluntário do programa serem priorizadas a voltar a receber o Bolsa Família, caso voltem a se enquadrar nos critérios de renda.
Mesmo após o desligamento do programa, as famílias continuam registradas no CadÚnico. Essa medida permite para a execução do retorno garantido. Funciona assim: caso voltem a se enquadrar nos critérios de renda, famílias terão prioridade para retornar ao Bolsa Família, se tiverem cumprido o período da regra de proteção ou solicitado o desligamento voluntário do programa.
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— Sai do Bolsa Família, mas não sai do Cadastro Único. Se lá na frente, perder o emprego volta automaticamente para a proteção social, para o Bolsa Família — explicou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
Desde 2023, mais de 8,6 milhões de famílias deixaram de receber o Bolsa Família, conforme dados do MDS. Entre os principais motivos estão a revisão e a averiguação cadastral, além da atualização automática da renda familiar.
Bolsa Família e o mercado de trabalho
De acordo com o MDS, os inscritos no CadÚnico têm ganhado espaço no mercado formal de trabalho. A pasta afirma que, em 2024, 98,8% das vagas formais foram ocupadas por pessoas do CadÚnico e 75,5% por beneficiários do Bolsa Família.
No ano passado, segundo o MDS, cerca de 50% da população brasileira foi classificada como pertencente à classe média — com renda individual a partir de R$ 3,4 mil — incluindo 972 mil pessoas registradas no sistema.
Nova etapa de transição
Neste mês passaram a vigorar as novas regras de transição para famílias que aumentaram a renda, mas ainda se mantêm em situação vulnerável
Além disso, o MDS passou a adotar critérios diferenciados para domicílios com rendimentos estáveis, como aposentadorias, pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Nesses casos, o auxílio do Bolsa Família poderá continuar por até dois meses.
Famílias com pessoas com deficiência que recebem o BPC seguem com o prazo anterior de até 12 meses na Regra de Proteção, devido à possibilidade de revisão periódica do benefício.