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'Possível colapso total': Gangues agora controlam 90% da capital do Haiti, afirma ONU
O país, apontado como o mais pobre das Américas, chegou a receber, sem sucesso, uma missão multinacional de apoio liderada pelo Quênia

Gangues armadas intensificaram seu controle sobre a capital do , alertaram autoridades da nesta quarta-feira, dizendo que é possível que ocorra um "colapso total" da presença do Estado na cidade. — Continuamos a testemunhar uma forte erosão da autoridade estatal e do Estado de Direito. A violência brutal das gangues afeta todos os aspectos da vida pública e privada —, disse Miroslav Jenca, secretário-geral assistente da ONU para Europa, Ásia Central e Américas, durante uma reunião do Conselho de Segurança. No ano passado, a organização já tinha divulgado um relatório afirmando que .
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Apesar de "todos os seus esforços", a polícia local e uma missão multinacional de apoio liderada pelo Quênia não conseguiram avançar na restauração da autoridade estatal, afirmou ele.
O Haiti — o país mais pobre das Américas — sofre com instabilidade política há décadas e, no último ano, viu aumentar drasticamente a violência por parte de grupos armados.
— Sem uma ação mais incisiva da comunidade internacional, o colapso total da presença estatal na capital pode se tornar um cenário muito real —, disse Jenca.
— As opções que temos sobre a mesa agora serão consideravelmente menos custosas e complexas do que se houver um colapso total da presença do Estado —, acrescentou, referindo-se à proposta do secretário-geral António Guterres de criar uma missão da ONU para fornecer apoio logístico à força liderada pelo Quênia.
Gangues armadas violentas agora controlam cerca de 90 por cento de Porto Príncipe, disse Ghada Waly, diretora do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. A avaliação anterior era de 85 por cento.
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Com a capacidade do Estado de governar diminuindo rapidamente, as gangues criminosas estão ocupando esse vazio, ela alertou.
— Eles estão estabelecendo estruturas paralelas de governança e fornecendo serviços públicos rudimentares —, disse ela.
— Ainda mais perturbadoras são novas denúncias de tráfico de pessoas com a finalidade de remoção de órgãos —, afirmou, citando relatos relacionados a uma instalação médica em Petion-Ville e a um hospital no norte do Haiti.
A violência das gangues continuou a aumentar desde que um ataque organizado levou à renúncia, no ano passado, do primeiro-ministro Ariel Henry.
Ele foi substituído por um frágil conselho de transição, encarregado de preparar eleições até fevereiro de 2026. A última eleição foi realizada em 2016.