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Bancada do agro diz não ter sido convidada para evento de Lula

Presidente lançou nesta segunda o Plano Safra da Agricultura Familiar

Por Agência O Globo - 30/06/2025
Bancada do agro diz não ter sido convidada para evento de Lula
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta segunda-feira (30), no Palácio do Planalto, do lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) afirmou não ter sido convidada para o evento — nem mesmo o presidente do grupo, deputado Pedro Lupion (PP-PR), recebeu convite.

O movimento se repete na cerimônia de terça-feira (1º), quando Lula apresentará o plano voltado a médios e grandes produtores, mais atrelado ao agronegócio. A ausência da bancada acentua o distanciamento entre o governo e o setor, majoritariamente alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O GLOBO procurou a assessoria de comunicação da Presidência para esclarecer se, de fato, não houve convite à bancada do agro e qual a justificativa. A reportagem será atualizada em caso de resposta.

O evento desta segunda contou com a presença de ministros como Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Carlos Fávaro (Agricultura), Fernando Haddad (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Marina Silva (Meio Ambiente), além do vice-presidente Geraldo Alckmin.

O plano prevê R$ 89 bilhões em crédito, compras públicas, seguro e assistência técnica para a agricultura familiar. Desse total, R$ 78,2 bilhões vão para o Pronaf — alta em relação aos R$ 76 bilhões do ciclo anterior. Também houve aumento no limite para compra de máquinas menores, de R$ 50 mil para R$ 100 mil, com juros de 2,5% ao ano. Máquinas maiores, de até R$ 250 mil, terão juros de 5%.

O governo manteve em 3% a taxa de financiamento para itens da cesta básica. Segundo Teixeira, o objetivo é reforçar a soberania alimentar.

O evento ocorreu em meio a tensões com o Congresso após a derrubada de decretos sobre o IOF e a resistência à proposta de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil. Haddad criticou Bolsonaro por não ter reajustado a tabela durante o mandato.

— O aumento mais cruel de imposto é não reajustar a tabela. Isso faz com que o trabalhador pague mais só por receber um aumento salarial. Bolsonaro passou mais de quatro anos sem atualizar nada. Agora, com a proposta do governo, dez milhões de brasileiros já deixaram de pagar, e, se aprovada, outros dez milhões também serão beneficiados — disse.