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Em AL, setor de restaurantes, lanchonetes e bares cresce 60,81% em cinco anos

Por Assessoria 11/04/2025
Em AL, setor de restaurantes, lanchonetes e bares cresce 60,81% em cinco anos
Bares e restaurantes geram mais empregos (Foto: Reprodução/internet)

A economia alagoana arrecadou R$ 3,65 bilhões em atividades turísticas no ano de 2022. Com um crescimento de 56,6% em relação ao ano anterior, o valor representa o ápice de uma sequência que teve início em 2015. É o que revelam os dados divulgados pelo Governo de Alagoas em março deste ano.



Paralelamente, a Junta Comercial do Estado de Alagoas (Juceal) evidencia que esse período de evolução caminhou lado a lado com a abertura de lanchonetes, bares e restaurantes no estado. Durante os anos de 2020 a 2024, esse setor apresentou um crescimento de 60,81% quando comparado aos anos de 2015 a 2029.



O estudo da Juceal revela que, de 2015 a 2019, foram constituídas 7.403 empresas desse ramo, enquanto, de 2020 a 2024, foram constituídos 11.905 negócios do setor, sendo eles 5.331 restaurantes, 5.489 lanchonetes e 1.085 bares.







Micro e pequenos empreendedores em alta



Quando o assunto é movimentar o ambiente de negócios, gerar empregos e impulsionar a economia alagoana, os microempreendedores individuais (MEIs) ocupam um lugar de destaque. No contexto das atividades alimentícias e de entretenimento, o cenário não é diferente. De acordo com os dados de 2020 a 2024 relacionados ao registro de empresas em Alagoas, a predominância dos MEIs é evidente.



Com um total de 9.048 registros, o MEI é a categoria que possui mais negócios ligados a restaurantes, bares e lanchonetes, refletindo em 76% do total e comprovando que o tipo empresarial é uma possibilidade de ponto de partida para o empreendedorismo.



Além do MEI, o estudo da Juceal mostra que foram abertas 2.467 microempresas (MEs), 325 empresas de pequeno porte (EPPs) e 65 negócios considerados sem porte entre 2020 e 2024 no setor.



Dentre as microempresas registradas, o estabelecimento de Alane Ferreira cresce na Via Expressa de Maceió. Fazendo jus ao seu local de origem, o Boteco Expresso é o segundo empreendimento no ramo alimentício de Alane.



A proprietária conta que o desejo de empreender veio como uma herança de família, uma vez que sua primeira experiência no setor de negócios foi em parceria com sua irmã. “Já atuo no ramo há bastante tempo. Meu pai era autônomo, mas trabalhava no ramo de vendas, então resolvi começar com a minha irmã. Trabalhei por oito anos com ela, depois conheci meu esposo e demos continuidade”, revelou.



O local tem se mostrado um fator essencial no ato de empreender. Para Alane, estabelecer seu negócio na parte Alta de Maceió refletiu na hora de colher os frutos do negócio, principalmente por se considerar uma das pioneiras a arriscar naquele ambiente.







“Ali na Via Expressa, no local em que escolhi, não tinha barzinho. Eu já tinha experiência em trabalhar com caldinho, que é o carro chefe da nossa empresa e sempre gostei de trabalhar com comida. Um passo de cada vez, mas quero ampliar meu negócio aqui na parte alta, porque eu sei que tem um bom retorno. Aqui é um ambiente familiar e aconchegante, por isso sinto a necessidade de ter um novo ponto, um ponto maior, que possa ficar sempre montado à espera dos nossos funcionários e clientes”, pontuou.



Se Alagoas tem batido recordes em relação ao turismo, esses números também impactam na clientela do setor alimentício e de entretenimento. Para a proprietária do Boteco Expresso, até mesmo na baixa temporada, o movimento continua alto.



“Felizmente o negócio só vem crescendo. Os turistas sempre gostam de provar o caldinho de feijão, o caldinho de kenga e também a parte de petiscos. Até hoje não contratamos nenhum cozinheiro. Para manter as origens, eu mesma fico responsável pela cozinha”, exaltou.



Cidades em destaque



O levantamento feito pela Junta Comercial também aponta o ranking das cidades com maiores números para a abertura de negócios ligados a restaurantes e bares.



Maceió, capital de Alagoas, foi o principal polo de inauguração de novos estabelecimentos, com 6.407 registros entre 2020 e 2024. Em seguida, Arapiraca se sobressaiu com 942 aberturas empresariais e, para encerrar o trio de destaque, Marechal Deodoro ficou com a terceira posição, com o total de 377 novos registros.



Rio Largo (326 empresas), Maragogi (231), Palmeira dos Índios (204), Delmiro Gouveia (190), São Miguel dos Campos (170), Coruripe (162), União dos Palmares (143), Penedo (143), Pilar (138) e Campo Alegre (111) também obtiveram números expressivos de registro empresarial.



Por outro lado, dentre as cidades com os menores números se encontram Monteirópolis (5), Jacaré dos Homens (4), Tanque d’Arca (3), Belo Monte (2).



Perspectivas de crescimento



Em Alagoas, o crescimento do setor de restaurantes, lanchonetes e bares é uma realidade. Nacionalmente, há ainda a perspectiva de que a alimentação fora do lar deva crescer aproximadamente 6% em 2025, impulsionando a economia nacional, segundo o último levantamento da Associação Nacional de Restaurantes (ANR).



Cabe, então, às entidades estatais disponibilizarem um ambiente desburocratizado para instalação e desenvolvimento desses negócios. É o que corrobora o presidente da Juceal, João Gabriel Costa Lins, o Joãozinho.



“Esses estudos servem para definirmos potenciais econômicos do estado e verificarmos quais setores se destacam. Com isso, podemos implementar políticas públicas voltadas para o empreendedorismo, analisando também a regionalização desses negócios. Como Junta Comercial, temos buscado ainda simplificar ao máximo a abertura desses negócios. Com um registro e uma legalização ágeis, o retorno para a população é instantâneo, com a geração de emprego, renda e a movimentação da economia.



O turismo, por sua vez, tem se mostrado ser uma área cada vez mais essencial para a economia alagoana, sendo um ponto fundamental de estudo por parte da Juceal”, pontuou.



De acordo com a secretaria de Estado do Turismo de Alagoas, Bárbara Braga, o número de abertura de empresas do ramo alimentício desempenha um papel fundamental também para o desenvolvimento do turismo no estado, onde, de acordo com os últimos dados publicados pelo IBGE, no que tange o PIB de 2022, houve um crescimento de 3,2% em Alagoas, superando a média nacional.



“O turismo é a nova indústria do Brasil. É a solução, é a redenção, e aqui o turismo é nossa vocação natural. Para fortalecer esse setor da economia, temos realizado, ao lado do Governo de Alagoas, algumas ações importantes, como o Crédito do Trabalhador do Turismo, por exemplo. Ele é uma linha de crédito para microempreendedores, sociedade limitada e EPPs que trabalham no setor e querem melhorar seu serviço, estrutura ou ainda aumentar a equipe. É uma forma de incentivar e impulsionar cada vez mais o setor no estado”, enfatizou.



Essa cultura de incentivo ao turismo torna Alagoas um destino mais que desejado para os turistas, transpassando até a época de alta temporada.



“Costumo dizer que o turismo já foi sazonal em Alagoas, mas hoje temos fluxo turístico o ano todo. Certamente, no período que compreende a alta temporada, de dezembro a março, a movimentação é intensificada. É um período em que muitas pessoas tiram férias para aproveitar a temporada de verão e que as agências de viagem vendem pacotes e oportunidades para a região Nordeste como um todo.



Os investimentos do Governo de Alagoas em segurança pública, saúde, duplicação de rodovias, modernização de equipamentos turísticos, orlas, instalação de sinalização turística de padrão internacional, bem como investimentos históricos, como, por exemplo, as obras do aeroporto Costa dos Corais, acabam por atrair e captar mais investimentos privados”, finalizou.