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Feminicídio no shopping: vítima nunca denunciou o ex-marido

Filha de Valkíria Brito afirmou que assassino fazia diversas ameças desde o término da relação

Por Redação* 26/02/2024
Feminicídio no shopping: vítima nunca denunciou o ex-marido
Vítima era funcionária de uma loja do shopping center. (Foto: Foto: Reprodução.)

Apesar de ser perseguida e ameaçada pelo ex-marido desde o término do relacionamento, Valkíria de Brito Cavalcante, de 40 anos, completados no dia da sua morte, nunca denunciou Edvaldo Benvindo Silva, de 52 anos. Ela foi morta por ele no último domingo (25) no seu local de trabalho, uma loja de cosméticos em um shopping na parte alta de Maceió.

Evelyn Brito, de 21 anos, filha de Valkíria, disse que o comportamento do homem sempre foi estranho, e que tinha pouca aproximação com o guarda municipal justamente por isso. 

"Eles não tinham mais nenhuma relação. Ele tentou se reaproximar dela algumas vezes, mas ela tinha deixado claro o fim do relacionamento e até conheceu uma outra pessoa. Edvaldo não aceitava, dizia que queria protegê-la e ficou perturbando ela e muitos ao redor dela, com mensagens, áudios, mandando músicas", relatou a jovem. 

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A filha contou ainda que a mãe tinha medo do ex-companheiro, embora nunca tenha registrado nenhuma das agressões na polícia. "Ela tinha muito medo porque das outras vezes que tentou terminar ele ficava vigiando ela, perseguia no trabalho, no ponto de ônibus".

Conforme a filha, Valkíria e o guarda municipal se relacionaram por aproximadamente uma década e até tentaram morar juntos, mas não deu certo, segundo a filha da vítima. "Só chegaram a morar juntos durante um mês, mas não deu certo, fazem alguns anos já. Acredito que pelo jeito dele, não fui morar com eles justamente por esse motivo, não me dava tão bem com ele. Sempre achei as atitudes dele de uma pessoa desequilibrada, já havia tido algumas discussões com ele, tinha contato mínimo", relembrou Evelyn.

Valkíria estava se organizando para estudar administração de empresas e sonhava com uma vida melhor para a família. "O sonho dela era viver a vida dela bem, refazer a vida, fazer a faculdade que já ia iniciar agora. Ela fazia tudo pelos filhos, queria ver todos nós bem e felizes", completou a filha. 


Assassino era guarda municipal e tinha porte de arma

A Polícia Civil, mesmo como Edivaldo Benvindo Silva ter tirado a própria vida após matar a ex-companheira, continua fazendo levantamentos sobre o caso. As primeiras investigações revelaram que ele tinha porte de arma de fogo e trabalhava como guarda municipal na cidade de São Miguel dos Campos, interior de Alagoas.

De acordo com a polícia, as informações foram repassadas pelo secretario de Segurança Urbana do município de São Miguel dos Campos. O procedimento para obtenção da arma foi acompanhado pela Polícia Federal, e ele passou por avaliação psicológica e também por treinamento.

No dia do crime, segundo o delegado Nivaldo Aleixo, Edivaldo entrou na loja e afirmou que iria entregar um presente para Valkíria. 

"As oitivas já estão sendo realizadas, ouvindo familiares e as pessoas que presenciaram o fato. A Polícia Civil também já está de posse de todas as imagens das câmeras de segurança do shopping e da loja”, informou o delegado.


*Com informações do Tribuna Hoje