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Queda no nível das hidrelétricas acende alerta no setor elétrico

Por Poder 360 17/02/2024
Queda no nível das hidrelétricas acende alerta no setor elétrico
(Foto: Sobradinho - A Usina Hidrelétrica de Sobradinho tem capacidade total de 1050 megawatts, mas com a falta de água só tem sido possível gerar cerca de 160 megawatts (Marcello Casal Jr/Agência Brasil))

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) divulgou boletim nesta sexta-feira (16.fev.2024) revisando para baixo as projeções de volume das hidrelétricas que produzem energia para o SIN (Sistema Interligado Nacional). Os dados da entidade e as previsões de chuvas acendem um alerta no setor elétrico para 2024.

O operador já vinha chamando atenção nas últimas semanas para os níveis dos reservatórios, considerados baixos para o período chuvoso. Os principais sistemas devem encerrar fevereiro com nível de água próximo a 60%, abaixo das médias históricas.

No início de 2023, os níveis das hidrelétricas estavam próximos de 90%. Neste ano, até o final do período chuvoso, em abril, as projeções do ONS são de que a afluência dos reservatórios chegue a 50%. 

Para o final de fevereiro, as projeções do volume de água que chega às usinas, a chamada ENA (Energia Natural Afluente), foram revisadas para baixo em todas as regiões. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, a estimativa caiu de 64% para 61% na comparação com a média histórica. No Nordeste, a projeção de 70% foi para 61% e no Sul de 82% para 75%.

Se confirmado, o volume de fevereiro no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que é o principal do país, será o 7º menor desde 1930. O temor é de que o cenário se agrave e leve a índices mais críticos no período de seca.

Demanda

Não bastasse o impacto na oferta, a situação é ainda mais delicada por causa da alta no consumo de energia no Brasil. As projeções do ONS seguem apontando para aceleração na demanda no SIN. Em fevereiro, a alta estimada é de 6,7% na comparação com o mesmo mês de 2023. 

Para dar conta da demanda, o ONS tem acionado térmicas, que atendem sobretudo no período da tarde e início da noite, considerados os picos de consumo. Também tem importado energia da Argentina e do Uruguai.

Esses mecanismos podem ser ampliados caso a situação se agrave para garantir o abastecimento, o que tende a resultar em aumento na conta de luz. 

Mesmo sem uma nova onda de calor em 2024, o consumo de energia já ultrapassou a histórica marca de 100 mil megawatts neste ano. Esse índice foi alcançado pela 1ª vez em novembro de 2023 e depois repetido em dezembro nos picos de temperaturas quentes.

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