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Saúde alerta para riscos do uso de álcool por adolescentes no Verão Massayó
Pais e responsáveis devem estar atentos e orientar jovens sobre as consequências da prática para a saúde
O Verão Massayó é um festival frequentado por um público amplo e de todas as idades, inclusive por adolescentes. Nessa fase, os jovens, conhecidos por sua intensidade, buscam diversão de forma leve e despreocupada.
Nesse contexto, um aspecto gera preocupação, que é o uso de álcool por esse público durante festas e comemorações. Por esse motivo, a Saúde de Maceió traz um alerta aos pais e responsáveis sobre os impactos que essa prática pode causar na saúde e na vida dos jovens.
Raphael Carvalho é médico do Caps AD Dr. Everaldo Moreira, localizado no Farol. Por lidar diariamente com casos de dependência do uso de álcool, o profissional adverte que a prática, quando iniciada precocemente, pode trazer danos irreversíveis ao desenvolvimento cerebral.
“Sabemos que o cérebro humano só se desenvolve completamente por volta dos 24 anos de idade e os efeitos do álcool repercutem negativamente na neuroquímica de áreas cerebrais que ainda estão em desenvolvimento na adolescência. A dependência do álcool pode piorar a memória, rendimento escolar, além do ganho de outras habilidades cognitivas e comportamentais”, pontuou o médico.
O profissional também afirma que o uso de álcool na adolescência pode comprometer outros aspectos da vida do adolescente.
“A prática também pode agir em cadeia com outras substâncias psicoativas e, ainda que não haja abuso ou dependência, pode gerar desajustes sociais, pois o jovem que associa o consumo do álcool ao lazer tende a não encontrar prazer nas interações com os pares se não estiver alcoolizado”, conclui Carvalho.
Além dos possíveis danos já apresentados, o uso de álcool por adolescentes pode gerar comportamentos inadequados como atividades sexuais sem proteção ou violência sexual que podem levar à contaminação por Infecções Sexualmente Transmissíveis e gravidez precoce.
De acordo com a Assistente Social do Programa de Atenção à Saúde do Adolescente, Cássia Moraes, o uso de álcool entre adolescentes cresce de forma assustadora no Brasil e, por isso, pais, responsáveis e instituições sociais devem estar atentos e unir esforços para promover conscientização e frear a realidade.
“Segundo o IBGE, a vivência com o álcool tem iniciado entre os 13 e os 17 anos no Brasil e isso nos preocupa muito, pois é uma prática que tem levado a consequências inúmeras como evasão escolar, uso de outras drogas e até mesmo acidentes automobilísticos. É urgente a reflexão de que precisamos afastar o adolescente do convívio com o álcool, investir mais em atividades de lazer e esportes em família e aperfeiçoar o diálogo sobre o tema com nossos adolescentes”, enfatizou.
Proibição por lei
É importante enfatizar que oferecer álcool a criança ou adolescente menor de 18 anos configura crime descrito na Lei n. 13.106/2015, com pena estabelecida para quem o pratica.
“Já está comprovado que o contato precoce com o álcool aumenta consideravelmente as chances de dependência química futura. Por isso, precisamos orientar nossos adolescentes com relação à prática. Ser exemplo, vigiar e conversar sobre as consequências para que possamos impedir esse hábito que pode impactar decisivamente a saúde e a vida desse jovem ”, concluiu Cássia Moraes.