Maceió em Movimento
Beach tennis vira febre em Maceió e reúne pessoas de todas as idades
Procura por esportes ao ar livre tem crescido desde a pandemia
Misturando tênis com badminton e seguindo a vibe do vôlei de praia, o beach tennis tem se popularizado no Brasil desde a pandemia de Covid-19, lá em 2020. Praticado ao ar livre, seja em praias ou arenas, a modalidade vem ganhando cada vez mais espaço e em Maceió não foi diferente.
“Eu comecei no beach tennis há dois meses a convite de uma amiga. A princípio eu fui mais por curiosidade porque já praticava musculação, mas queria fazer mais um esporte. Já curti de primeira, é bem interativo e você aprende várias técnicas. Não é só bater a raquete na bola como pode parecer a princípio”, conta a jornalista Nathália Xavier.
Nathália garante que o esporte há muito já passou de uma “moda” e veio para ficar. “Tem muita gente interessada e querendo participar. Eu acho que é um esporte diferente, mas que também traz movimento, traz leveza, te ajuda no dia a dia. Então é sempre bom a gente se manter ali, fazendo sempre algum esporte pra nos ajudar a manter a saúde”, explica.
O professor de beach tennis, Kaynê Neri, afirma que a modalidade abraça todas as idades, desde que se siga cuidados específicos de acordo com a faixa etária. “É preciso ficar atento a algumas comorbidades antes de ingressar, como doenças respiratórias crônicas, problemas de coluna, lesões musculares ou articulares agudas e problemas cardíacos graves", orientou.
As aulas duram de 50 a 60 minutos e dentre seus benefícios estão a melhora no condicionamento cardiovascular, agilidade, coordenação motora, queima de calorias, aumento na flexibilidade e fortalecimento dos músculos das pernas e dos braços. Além das vantagens físicas, o esporte proporciona benefícios mentais e de sociabilidade, como redução de estresse e ansiedade, e aumento na autoestima do praticante.
“Cada aluno tem seu próprio objetivo. Alguns buscam evoluir para participar de torneios, outros procuram como forma de perder peso, e outros como um tipo de terapia”, disse o instrutor.
E por falar em torneio, Lídia Fabbro, é praticante de beach tennis há 3 anos e criou uma competição exclusiva para mulheres na capital alagoana. “A ideia surgiu despretensiosamente em um grupo de amigas. E por já ter trabalhado com organização de eventos, logo percebi que poderia avançar em algo que me fazia bem e também às pessoas ao meu redor. Daí criei o BT GAROTAS”, conta.
Lídia revela que a cada evento o número de participantes triplicava, reunindo em média 200 mulheres em um único dia de torneio.
“Já chegamos à marca de 320 mulheres, com fila de espera. E nos tornamos o maior evento feminino de Beach Tennis do Brasil”, revela. Em algumas edições os homens também são incluídos, criando categorias masculinas e mistas (homem e mulher).
Em janeiro o calendário de 2025 vai ser divulgado, mas a jogadora já adiantou alguns dos eventos, se liga nas datas: o primeiro torneio deve acontecer no Dia Internacional da Mulher (8 de março); em maio ocorre a edição agreste, pela segunda vez na cidade de Arapiraca; e em junho o já tradicional - Play no São João, previsto para acontecer nos dias 6 e 7 com a implementação de categorias mistas.
Em Maceió é possível encontrar pessoas de todas as idades reunidas e se divertindo com o beach tennis nas areias da orla. Mas para quem prefere iniciar com o acompanhamento de um profissional, já existem diversas arenas espalhadas pelos quatro cantos da capital alagoana. Em uma busca rápida no Google, a reportagem conseguiu localizar 12 arenas, que vão desde a parte alta à parte baixa de Maceió. Para quem tiver interesse em ingressar na modalidade, basta procurar a mais próxima de casa ou do trabalho.
A cidade já virou lar oficial do esporte, tanto é que em março deste ano, Maceió recebeu o maior circuito de beach tennis do mundo. O Open Maceió é Massa de Beach Tennis – BT 50 reuniu mais de 600 atletas amadores e profissionais em busca de avançar no ranking mundial da modalidade.
Conheça mais sobre a história do BT
O esporte teve início em 1987, em Ravena, uma província na Emília-Romanha, na costa Nordeste da Itália, como uma mistura entre tênis tradicional, vôlei de praia e badminton. Com a profissionalização no ano de 1996, o beach tennis passou a delimitar regras e práticas, que vêm se modificando ao longo dos anos.
Regida pela Federação Internacional de Tênis (ITF), a modalidade alcançou todos os continentes, chegando ao Brasil em 2008. Desde então têm crescido rapidamente em cidades litorâneas, como é o caso de Maceió. Mas com a criação das arenas, a modalidade também passou a fazer sucesso em cidades não praianas, como é o caso de Brasília e São Paulo.
Atualmente, de acordo com a ITF, o Brasil é a segunda maior força do mundo nesse esporte, atrás apenas da Itália, onde o esporte nasceu.