Colecionadores contam como iniciaram seus acervos em Maceió
Colecionadores contam como iniciaram seus acervos em Maceió
Por | Edição do dia 18 de junho de 2016
Categoria: Blog, Maceió, Notícias
| Tags: acervos,CDs,coleção,colecionadores,Cultura,Discos,Discos de vinil,DVDs,Maceió,vinis
O ato de colecionar e sua sensação é o que move milhares de pessoas. Moedas, cédulas, cartões postais, vinis ou até perfumes são alguns dos objetos imagináveis que compõe coleções. Em Maceió, existem pessoas que por se identificarem com temas específicos, como a música e a arte, fizeram disso sua coleção.
Colecionar é uma forma de guardar lembranças, proporcionando para gerações futuras o que já foi produzido no mundo, além da propagação da cultura.
Jailson Alvim, 45, é colecionador de discos de vinil e de revistas em quadrinhos, sendo a sua coleção de vinis a maior e na qual mais se empenha. No total, em seu acervo pessoal constam seis mil discos. Para sua coleção, o critério de estilos musicais é o rock, blues, black music, e o samba, que vai desde o Cartola até Jimmy Hendrix.
O interesse em adquirir vinis veio da infância, inspirado pelos parentes músicos. Mas a coleção teve início aos 15 anos, e lá se vão 30 anos.
“Em minha casa, meu avô e minha mãe eram músicos. Minha mãe tocava órgão, piano. Existia sempre muita música no meu cotidiano. Nessa época eu não pensava em colecionar, era para ouvir mesmo, esse desejo veio na adolescência. Eu via os discos nas lojas e ficava curioso para ouvir e comprar.”
A caça pelos discos
Segundo Jailson Alvim, as buscas são variadas, desde os achados nas ruas – sim, tem gente que não tem dimensão do valor artístico dos vinis e os joga no lixo ou em entulhos. Pessoas que querem despegar dão seus endereços e os vendem. Já os encontros com colecionadores de vinis são mais particulares, entre amigos.
Nessas buscas, são achadas relíquias, como também as “bombas”, como são chamados os discos de má qualidade, que não foram preservados.
“Os discos de vinil são como tesouros escondidos, as pessoas vem aqui e me dão o endereço e eu vou atrás, vou às casas, e sempre compro tudo, sempre me deparo com relíquias”, contou.
A coleção que virou negócio
Há sete anos, Jailson montou sua lojinha, a Solar Discos, entre os vários ‘sebos’ do paredão da Assembleia Legislativa, no Centro de Maceió. A partir da sua coleção, os discos também se tornaram seu meio de trabalho, mas Jailson não abre mão de nenhum dos seis mil vinis de sua coleção. Os demais são vendidos.
“O vinil exige um cuidado que o CD não tem. A ficha técnica, o encarte, são de grande reconhecimento. Aqui na minha loja tem pessoas que só compram o vinil para colocá-lo numa moldura para pendurar na parede”, destacou Jailson.
De acordo com o colecionador e vendedor, as pessoas passam, mas também muitas vezes se deparam com um vinil que remete a momentos da vida, dizem que conheceu alguma pessoa através daquele disco. “É muito bom saber que de alguma forma meus discos, os que eu comercializo, fazem as pessoas felizes”.
“É muito bonita a sensação de colecionar, tenho o sebo há sete anos, é uma questão de formar uma cultura musical na cidade, uma resistência. É um desafio tentar formar uma cultura musical. Sempre nos bares, restaurantes, cinemas e festivais, levo meu acervo. Isso é muito importante para mim”, concluiu.
Para acompanhar o material da Solar Discos, basta acessar o Facebook do próprio Jailson: https://www.facebook.com/jailson.alvim.7?fref=ts
Coleção do público jovem
Rhuan Carlos, 22, é estudante de Relações Públicas e em 2010, aos 16 anos, ganhou seus primeiros CDs físicos, que foram o Loud, da Rihanna e o The Remix, da Lady Gaga. A partir daí, seu interesse pelo colecionismo aflorou. Mas só em 2015, sua coleção teve um ‘start’.
Há um ano, Rhuan monta sua coleção, onde são encontrados 50 CDs e DVDs, sendo o Pop sua preferência, Lady Gaga é um dos nomes. Além dos CDs da artista, Rhuan tem também o perfume, a biografia e um livro de fotos dedicados a ela.
“Eu sempre fui fã de música, mas consumia de forma digital, músicas compradas ou baixadas online, por exemplo. Mas, ao ganhar o meu primeiro CD físico, meu interesse por coleção surgiu. Se eu sou fã do artista, logo após o lançamento eu compro o álbum”, explicou.
Rhuan prefere fazer suas buscas pela internet, pois para ele as lojas online têm mais opções para compra. Além disso, ele sempre faz buscas por pessoas que querem despegar de alguns itens.
“Em Maceió, nunca vi encontros de colecionadores, mas já ouvi falar de fãs de música pop, onde as pessoas conversam sobre o estilo musical e muitas delas levam itens de sua coleção para exibir.”
“É muito satisfatório tocar num CD, é ver o trabalho de um/a artista, de uma pessoa que trabalhou tão duro se concretizando na minha frente. É uma sensação mágica. É indescritível folhear o encarte do CD”, finalizou.