Chuva no Sertão causa prejuízos e deixa comunidades inteiras sem comunicação
Chuva no Sertão causa prejuízos e deixa comunidades inteiras sem comunicação
Por | Edição do dia 3 de julho de 2022
Categoria: Alagoas
A chuva que atingiu Alagoas desde a madrugada da sexta-feira (1º), deixou, no Sertão, um rastro de prejuízos. Em muitos municípios rios e riachos transbordaram e a água invadiu as casas, destruiu estradas ou deixou comunidades inteiras isoladas.
Em Santana do Ipanema o Riacho Camoxinga e o Rio Ipanema receberam um grande volume de água. Mas foi na zona rural que os problemas se acumularam. Estradas destruídas, postes de iluminação caídos, causando falta de energia e famílias isoladas. Durante a noite da sexta-feira a prefeita Christiane Bulhões, acompanhada com alguns vereadores, estiveram em várias residências as margens do Ipanema retirando as famílias que tiveram as casas tomadas pela água. A prefeita também cancelou o primeiro dia de shows do Festival da Juventude, uma das maiores festas do Sertão alagoano.
No Povoado São Felix a comunidade passou o sábado (2) sem energia, que retornou durante a madrugada deste domingo (4). O acesso a localidade ficou intransitável. Nem carros e nem motos chegam ao local, obrigando as pessoas andarem por cerca de 12 quilômetros a pé.
Santana ainda contabiliza os problemas da cheia do Camoxinga em 2020, quando várias casas foram destruídas pelas águas e diversas famílias ficaram desabrigadas e até hoje, embora as promessas tenham sido renovadas, nenhuma casa foi construída para quem perdeu o imóvel onde residia.
Em outras duas localidades na zona rural, Capelinha e Curralinho, riachos também impedem os acessos e a lama e os buracos tomaram conta das estradas de barro, impedindo o trânsito de qualquer veículo.
Em São José da Tapera a Lagoa Caiçara, principal cartão postal da cidade, no acesso ao Centro, transbordou. Á água suja, com mal cheiro, chegou nas calçadas nas casas, revoltando os moradores. A Caiçara, no final do ano passado, foi motivo de protestos da população depois da mortandade de peixes. Parte dos esgotos da cidade despejam no local e em algumas oportunidades o mal cheiro e a proliferação de insetos prejudicam as famílias residentes ao redor da lagoa. O prefeito Jarbas Ricardo (MDB), tem prometido revitalizar a lagoa. Mas a promessa tem se arrastado há décadas, revoltando ainda mais a população.
Na área rural do município as estradas de barro se tornaram intransitáveis devido ao aumento de crateras.
Em Major Izidoro a água invadiu todo o comércio. Toda a situação começou na tarde da sexta-feira após o transbordamento de uma barragem que invadiu parte da AL-220, no trecho que liga as cidades de Jaramataia a Major. Tudo ficou alagado e o trânsito ficou parado durante várias horas. No final da tarde a água invadiu residências e estabelecimentos no comércio de Major.
Em Olho d’Água das Flores uma parte do muro do Estádio do Centro Esportivo Olhodaguense (CEO) desabou. Ninguém ficou ferido.
Em Poço das Trincheiras a água também causou uma serie de prejuízos. Os buracos na BR-316, que acesso a cidade, aumentaram com as fortes chuvas e se tornaram um grande perigo para motoristas e condutores de motocicletas. Na zona rural, os acessos a diversos sítios e povoados foram interrompidos.
Em Pão de Açúcar, duas pontes construídas recentes pelo Governo do Estado, foram destruídas pela força das águas. A primeira ponte destruída foi no Povoado Pauferros e a segunda no Riacho Grande. As duas comunidades estão isoladas do restante do município.
No Riacho do Machado e o Riacho do Farias, também em Pão de Açúcar, transbordaram e a água também deixou as localidades próximas sem acesso.