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A história se repete como tragédia, farsa ou bolsonarismo

Por Roberto Vilanova 22/11/2024
A história se repete como tragédia, farsa ou bolsonarismo
Bolsonaro (Foto: Divulgação)

Em meados da década de 1930, o capitão do Exército Olímpio Mourão Filho, ajudante de ordens do general alagoano Goes Monteiro, então ministro da Guerra, inventou o “Plano Cohen” que, segundo ele, consistia na tomada do poder pelos comunistas.
Foi o que faltava para Getúlio Vargas dar o golpe e implantar a ditadura, que durou até 1945, quando os militares que haviam lutando na II Guerra Mundial em defesa da democracia, não admitiam retornar ao país e viver numa ditadura – e, assim, apearam Vargas do poder.
Tempos depois descobriu-se que o tal “Plano Cohen” era uma farsa montada pelo capitão Mourão Filho, o próprio general Goes Monteiro viu-se obrigado a admitir a farsa, mas o capitão não foi punido e, em 1964, já na patente de general, ele deu inicio ao golpe que derrubou o presidente João Goulart.
Ao acompanhar as notícias sobre o inquérito da Polícia Federal, denunciando o ex-presidente Jair Bolsonaro e vários militares numa trama diabólica para o golpe em 2022, tem-se: 1) A história se repete como farsa ou tragédia; 2) A história se repete também como trama bolsonarista.
Considerado pelo Exército como “indigno da farda e da patente”, Bolsonaro foi sumariamente desligado depois de ter sido acusado de planejar a explosão de uma represa e de outros atos terroristas. Conseguiu depois reverter a punição do Superior Tribunal Militar, que lhe restituiu a patente, ainda que o proibisse de frequentar unidades militares.
Bolsonaro, então, seguiu a carreira política, primeiro elegendo-se vereador no Rio de Janeiro, e depois deputado federal por sete mandato, quando se aposentou e se candidatou a presidente da República. Eleito presidente graças as ações ilegais de Operação Laja Jato, que condenou o Lula sem as provas dos crimes a ele apontados, Bolsonaro não se emendou – não aprendeu nada, não esqueceu nada.
De quebra, confirmou o que o general Ernesto Geisel havia dito lá atrás, sobre ser indigno à farda, e ainda arrastou para o lamaçal 36 pessoas – que hoje chafurdam no lamaçal em que ele transformou o país.